Como um ecossistema favorável pode desenvolver o empreendedorismo

Criar um ambiente propício ao empreendedorismo nem sempre é uma tarefa fácil. O Brasil, por exemplo, é um dos países mais difíceis para se abrir uma empresa. Além do processo ser caro e demorado, o país ainda tem uma das maiores cargas tributárias do mundo. Não é a toa que muitas pessoas desistem de suas ideias antes mesmo de começarem a empreender.

Segundo o especialista em finanças, gestão e governança, Andriei Beber, empreender significa desenvolver uma ideia. Para que os empreendedores possam trazer à vida suas ideias, é indispensável a existência de um ambiente de negócios apropriado. Ele ainda complementa que o excesso de regulação e burocracia, uma infraestrutura logística inadequada e capital humano despreparado, comprometem a plena fruição dos resultados que essa ideia poderia proporcionar.

Ele explica que, em sua recente visita ao Vale do Silício, pôde observar a importância de um ambiente para a transformação de ideias em realidade. “Há uma visão bastante liberal de negócios, um incentivo para que as pessoas conversem sobre suas ideias de negócios, diferente do Brasil”, declara.

Cerca de 25% de todo o capital de risco do mundo está no Vale do Silício. Só em 2017, foram 178 bilhões de dólares. Para o especialista, o investimento aliado ao incentivo para o desenvolvimento de projetos é outro fator presente no Vale do Silício, que não é tão recorrente no Brasil.

De acordo com Andriei, também há uma questão que diferencia os empreendedores: a união. Algumas pessoas ainda veem seus colegas como ameaças e não como uma oportunidade de concretizar suas ideias de negócio. “Um ecossistema favorável não se constrói com apenas um empreendedor, é preciso de uma equipe”, enfatiza. O empreendedorismo e a inovação dependem de acesso e participação.

Práticas de negócio inovadoras criam eficiência e conservam recursos, tendo impacto direto sobre a qualidade e custo de vida das pessoas e comunidades.

Ainda que empreender não seja uma tarefa fácil no Brasil, nunca tivemos um momento tão favorável. O empreendedorismo deve ser encarado como uma saída para a mobilidade social ascendente – uma maneira para a população média construir riqueza. O caminho a ser percorrido é longo, mas não impossível.