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Sustentabilidade e Geração de Valor

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Prof. Andriei José Beber, Dr. (andriei@andrieibeber.com.br)

Nos últimos anos, a sustentabilidade passou a fazer parte do cotidiano empresarial brasileiro. Diante de uma concorrência cada vez mais acirrada, restrições ambientais e regulatórias, diversas empresas vêm investindo recursos, de maneira espontânea (ou impelidas a tal), no aprimoramento das relações com seus stakeholders (partes interessadas), em um processo de conscientização da nova ordem social mundial. Sustentabilidade corporativa é um conceito sistêmico.  Trata-se de uma visão de longo prazo que incorpora as dimensões social e ambiental à estratégia de negócios da empresa, buscando promover a elevação da qualidade de vida, a inclusão social, o combate efetivo à pobreza e à degradação ambiental. Nesse contexto, uma mudança de paradigma é imprescindível.

Modelos de gestão, inspirados exclusivamente no desempenho financeiro, devem ser capazes de incorporar as dimensões social e ambiental. E um modelo de negócio efetivamente inovador requer uma arquitetura capaz de reconhecer a sustentabilidade como instrumento de fomento à geração de valor. Outrossim, não se pode negligenciar, abrindo mão de eufemismos, que as empresas existem para ganhar dinheiro. Os esforços na consecução da sustentabilidade, portanto, devem seguir uma lógica financeira, antes de serem perseguidos. Isto explica sua dimensão econômica.

Atentas a esse movimento, empresas dos mais variados portes vêm atuando fortemente para a conformidade socioambiental de seus empreendimentos, gerando trabalho saudável e renda, trazendo benefícios para as comunidades locais envolvidas, divisas para o Estado e retorno para os investidores; e que estejam inseridas em cadeias produtivas sustentáveis, fornecendo produtos e serviços para consumidores cada vez mais conscientes. A inclusão da sustentabilidade nas práticas corporativas é uma tendência irreversível.

E como assevera Schopenhauer: “Toda verdade passa por três estágios. No primeiro, ela é ridicularizada. No segundo, é rejeitada com violência. No terceiro, é aceita como evidente por si própria.”

A arte de perguntar no mundo corporativo

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Prof. Andriei José Beber, Dr. (andriei@andrieibeber.com.br)

Albert Einstein, pai da teoria da relatividade, teria dito que se tivesse uma hora para resolver um problema – e sua vida dependesse dele -, gastaria os primeiros cinquenta e cinco minutos para determinar a pergunta apropriada a fazer. Os melhores professores têm, pelo menos, uma coisa em comum: fazem grandes perguntas que inspiram seus alunos a pensar, forçando-os a ir além das respostas simples, que testam seu raciocínio, que despertam curiosidade e geram novos insights. No mundo corporativo, executivos e gestores são levados frequentemente a pensar que seu trabalho se resume a ter as respostas certas. Mas os grandes líderes têm que inspirar a mesma curiosidade, criatividade e o pensamento mais profundo em sua equipe. E isso começa com as perguntas certas.

Qualquer resposta é tão boa quanto a pergunta feita. Se, para alguns profissionais (jornalistas, médicos, advogados, …), aprender a fazer perguntas é parte essencial de sua formação, poucos executivos compreendem que questionar é uma habilidade que pode (e deve!) ser aperfeiçoada. Um executivo gasta boa parte do seu dia pedindo informações aos outros. O questionamento estimula a aprendizagem e a troca de ideias, conduz à inovação e melhoria no desempenho, além de construir empatia e a confiança entre os membros da equipe. No limite, contribui para a mitigação de risco do negócio, identificando armadilhas e ameaças imprevistas. Para alguns, perguntar é fácil. Sua inteligência emocional e a capacidade de “ler” as pessoas, colocam a pergunta ideal na ponta da língua. A maioria, porém, não faz perguntas suficientes e tampouco as coloca da maneira ideal. O primeiro passo para se tornar um melhor questionador é, simplesmente, fazer mais perguntas.

Para Aristóteles: “Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito.” Naturalmente, não basta apenas a quantidade de perguntas, mas também o tipo, o tom, a sequência e sua contextualização. Na maioria das vezes, o autor da pergunta aprende sobre seu interlocutor, o respondente se sente ouvido e ambos saem sentindo-se mais próximos. Em outras, porém, um dos participantes pode se sentir desconfortável em seu papel ou inseguro sobre quanto compartilhar, e a conversa pode parecer um interrogatório. Dale Carnegie, autor do clássico “Como fazer amigos e influenciar pessoas”, alerta: “faça perguntas que a outra pessoa queira responder e seja um bom ouvinte”.

Pesquisadores da Harvard Business School sugerem que uma abordagem cooperativa tem o poder de ampliar a eficácia desse processo. Contudo, quando os interesses individuais se sobrepõem aos interesses coletivos, a abordagem tende a tornar-se competitiva, comprometendo sua efetividade. Perguntas e respostas ponderadas promovem interações mais suaves e mais eficazes, fortalecendo o relacionamento e a confiança, levando o grupo à descoberta, permitindo-se o benefício transformador de fazer e responder perguntas.